Deus nos escolheu antes que o mundo iniciasse seu curso, devemos atribuir a causa da nossa salvação à Sua bondade gratuita; devemos confessar que Ele não nos toma para sermos Seus filhos por quaisquer de nossos méritos; pois não tínhamos nada para nos recomendar ao Seu favor.

Por isso, devemos colocar a causa e a fonte da nossa salvação em Deus somente. Este deve ser nosso único fundamento, caso contrário, tudo o que construímos e da forma como construirmos, acabarse-á em nada.

Merecíamos ser lançados fora, e odiados como inimigos mortais de Deus, era necessário que fôssemos enxertados, por assim dizer, em Jesus Cristo; para que Deus pudesse nos reconhecer, e nos aceitar como Seus filhos. De outra forma, Deus não poderia olhar para nós, apenas nos odiar; porque não há nada mais do que miséria em nós; estamos cheios de pecado, e como que mergulhados em todos os tipos de iniquidades.

Deus, que é a própria justiça, não pode ter acordo conosco, enquanto considerar a nossa
natureza pecaminosa. Portanto, como Ele nos adotou antes que o mundo existisse, era necessário que Jesus Cristo ficasse entre nós e Ele; que nós fossemos escolhidos em Sua Pessoa, pois Ele é o mui amado Filho: quando Deus nos uniu a Ele, Ele nos fez agradáveis a Si mesmo.

Se Jesus Cristo for tirado de nós, então Deus é juiz dos pecadores, de modo que não podemos esperar por qualquer bondade ou favor em Suas mãos, mas somente por vingança, por estarmos sem o testemunho de Cristo. Sua majestade será sempre terrível e temível para nós. Se ouvirmos menção de Seu propósito eterno, não podemos deixar de temer, como se Ele já estivesse armado para nos mergulhar na miséria. Mas quando sabemos que toda a graça repousa em Jesus Cristo, então podemos estar certos de que Deus nos ama, apesar de sermos indignos.

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